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quinta-feira, 14 de julho de 2011

TREINAMENTO DE FORÇA COMBINADO COM TREINAMENTO AERÓBIO PODE PREVENIR DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM DIABÉTICOS TIPO II

   Evidências sugerem que uma reação inflamatória precede o inicio da e a progressão do diabetes tipo II. Os diabéticos sofrem de aterosclerose que é iniciada por mecanismos de reação inflamatória e imunológica. A inflamação crônica de baixo grau é refletida em em aumento da proteína C reativa (CRP), que é um preditor independente de doença cardiovascular, bem como na elevação dos níveis séricos de citocinas pró-inflamatórias.

   O Fator de crescimento transformador-β1 (TGF-β1), uma proteína multifuncional, age como uma citocina anti-inflamatório e restringe o desenvolvimento da aterosclerose. Especificamente, TGF-β1 tem um papel imuno e funciona como um agente que protege contra a formação inicial de ácidos graxos e lesões, equilibra o ambiente dos vasos. Por outro lado, a inibição do TGF-β1 tem efeitos negativos que permitem o desenvolvimento de lesões aterosclerótica. Além disso, o aumento dos níveis séricos de TGF-β1 estão associados com maior sobrevida e redução incidência de eventos coronários em pacientes com doença arterial coronariana, que constitui a principal causa de morbidade e mortalidade em pacientes com DM2. Portanto, se torna importante o estudo da atividade de TGF-β1 em pacientes com DM2.

  


   A expressão de TGF-β1 aumenta em resposta a estímulos mecânicos no tecido vascular, enquanto o exercício regular adequadamente ativa o leito vascular. Assim, além dos efeitos benéficos sobre o controle da glicose no DM2, o exercício Físico pode contribuir para a prevenção da aterosclerose, modificando várias patogias relacionados.

   Diretrizes recentes fornecem fortes evidências para o efeito benéfico do exercício físico, tanto o aeróbio quanto o treinamento de força, em pacientes com DM2. O treinamento de força combinado ao treinamento aeróbio foi estabelecido como o modo mais eficaz em termos de controle da glicose, da ação da insulina e da modificação de fatores de risco cardiovascular. Recentemente, os efeitos anti-inflamatórios do treinamento físico também foram documentados. Alguns estudos demonstraram que o exercício resistido é eficaz em aumentar os níveis séricos de TGF-β1 em adultos saudáveis. Gordon e colaboradores mostraram que o exercício resistido aumenta a TGF-β1 no músculo esquelético de pacientes com DM2.

   Em um elegante estudo de Touvra e colaboradores, 2011 dez pacientes com diabetes tipo II participaram de um programa de exercício supervisionado. O programa de exercício envolveu o treinamento aeróbico e o treinamento de força realizados 4 vezes por semana durante 8 semanas. Cada sessão incluiu um período de aquecimento (10 minutos), o programa principal (60 minutos) e um período de resfriamento (10 minutos). O programa principal inclui 30 minutos de exercício aeróbio a 70-80% da freqüência cardíaca máxima seguido pelo treinamento de força.O Treinamento de força consistiu de 3 séries de 15 repetições no leg press, cadeira extensora, abdutores, supino, pec-deck, remada maquina. A carga de peso para cada exercício foi fixado em 60% do peso máximo que poderia ser levantada em uma repetição (1RM) com 1 minuto de descanso entre as séries e 2 minutos de descanso entre os exercícios.
  
  


 O programa de treinamento físico aplicado neste estudo aumentou significativamente a concentração sérica de TG-B1 em 50,4% e diminuiu os níveis de proteína C-reativa em 24,1%. Melhoria considerável foi alcançada na regulação da glicose com redução de 11,8% em HbA1c (Hemoglobina glicada). O aumento dos níveis séricos de TGF-β1, que funciona como um fator de crescimento do anti-inflamatório e tem um impacto na estabilidade da placa, é de importância clínica adicional.

   É bem sabido que um programa de intervenção induz adaptações favoráveis no perfil metabólico e inflamatório de pacientes com DM2. O treinamento aeróbio ou de treinamento de força realizados exclusivamente podem controlar o metabolismo da glicose em pacientes com DM2, mas os resultados são melhores com um treinamento combinado aeróbio e de força. Além disso, Balducci et al, observaram uma diminuição na proteína C-reativa em pacientes com DM2. As mudanças foram mais pronunciadas no regime de treinamento que combina exercícios aeróbicos e treinamento de força, em comparação ao treinamento aeróbio ou força sozinho.

   Os dados deste estudo sugerem que um regime de treinamento sistemático, que combina treinamento de força e exercício aeróbio induz efeitos anti-inflamatórios. A inflamação suprimida se reflete na diminuição dos níveis de proteína C-reativa e o aumento dos níveis de TGF-β1. Assim, o exercício sistemático deve ser considerado no tratamento do DM2 não só para uma melhor gestão de hiperglicemia composição corporal e aptidão física, mas também para os seus benefícios anti-aterogênicos e anti-inflamatório.

Referência:
Combined strength and aerobic training increases transforming growth factor-β1 in patients with type 2 diabetes.

Touvra AM, Volaklis KA, Spassis AT, Zois CE, Douda HD, Kotsa K, Tokmakidis SP.
Hormones (Athens). 2011 Apr;10(2):125-30.








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