Marcelo Saldanha AokiI, III; Francisco Luciano Pontes Jr.I, II; Francisco NavarroI, II, III; Marco Carlos UchidaI, III; Reury Frank Pereira BacurauI, II
ILaboratório de Fisiologia do Exercício Faculdade de Educação Física Centro Universitário UniFMU, São Paulo, SP
IIPrograma de Pós-graduação Lato Sensu - Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, RJ
IIIInstituto de Ciências Biomédicas USP, São Paulo, SP
IIPrograma de Pós-graduação Lato Sensu - Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, RJ
IIIInstituto de Ciências Biomédicas USP, São Paulo, SP
Estudos disponíveis na literatura demonstram que a realização prévia de um exercício de endurance
afeta de modo adverso o desempenho no exercício de força
subseqüente. Tal ocorrência pode estar relacionada a mudanças
metabólicas induzidas pelo exercício de endurance. O objetivo
deste trabalho foi verificar se a ingestão de carboidrato (CHO) pode
atenuar os efeitos de uma sessão aguda de exercício de endurance
sobre o desempenho de força. A fim de testar essa hipótese, seis
estudantes universitárias (164 ± 5,9cm; 64,9 ± 7,2kg), com
experiência em treinamento de força, foram submetidas a um teste para
a determinação do VO2pico (44 ± 4,3ml.min-1) e um teste de 1-RM para o leg press (186 ± 22,5kg) seguido de um teste de repetições máximas (duas séries de leg press
realizado a 70% de 1-RM até exaustão 1ª série 21 ± 2,6 e 2ª série 11
± 1,9 repetições) em dias diferentes. Seguindo um protocolo
duplo-cego, os sujeitos foram submetidos a duas condições
experimentais, recebendo uma bebida placebo (P) ou outra contendo
carboidrato (6% - maltodextrina), antes (500ml) e durante (500ml) a
realização de uma sessão de exercício de endurance (corrida em esteira 70% do VO2pico por 45 minutos). Em seguida ao exercício de endurance,
os indivíduos realizaram um teste de 1-RM seguido pelo teste de
repetições máximas. Não foram observadas mudanças no teste de 1-RM e
na concentração plasmática de glicose entre as condições
experimentais (P x CHO). O número de repetições máximas a 70%-1RM
apresentou decréscimo nas duas situações (P 1ª série 13 ± 2,9
repetições e 2ª série 6 ± 2,1 repetições; CHO 1ª série 15 ± 2,5
repetições e 2ª série 7 ± 1,7 repetições, p < 0,05), não havendo
diferença entre ambas. Uma sessão de exercício de endurance
(intensidade moderada e longa duração) realizada previamente afeta de
modo negativo a capacidade de realizar repetições máximas.
Independente do mecanismo envolvido na redução do número de
repetições máximas, o consumo de carboidrato foi incapaz de reverter
esse efeito prejudicial.